A tecnologia veio mesmo para acelerar as conexões interpessoais. Se essas conexões serão profundas ou superficiais, depende da disponibilidade de cada um, e para quem estiver aberte para novas experiências, as possibilidades são infinitas. Eu sou testemunha disso e vou contar agora a história da experiência mais louca que já tive durante um encontro com um crush do tinder.
Ah, o famigerado e controverso Tinder! Tão criticado por algumas pessoas, tão útil para outras, já me garantiu ótimas, e péssimas, experiências. Mas a mais maluca de todas foi, com certeza durante um encontro que tive em 2014. Depois de alguns dias trocando mensagens, resolvemos marcar um encontro pra tomar uma cerveja e para bater um papo num botequim no baixo Augusta, que na época era o reduto da cultura underground de São Paulo.
Com o trânsito imprevisível de SP, cheguei antes dele, algo que detestava em encontros com crushs de aplicativos. Não por qualquer definição cafona da cartilha burguesa de que “a mulher deve sempre fazer o homem esperar”, mas para assegurar de não cair em qualquer cilada. Como não seria possível observá-lo de fora, escolhi uma mesa estrategicamente posicionada, que me permitia ficar de olho na porta para quando ele chegasse e que ainda oferecia uma rota de fuga discreta para evitar um encontro desastroso.
Quando aquele homem entrou pela porta, o poder de olhar pra ele naqueles instantes que precederam o cruzar dos nossos olhares, me deixou muito contente. Ele tinha um nervosismo gostoso de ver em um homem tão imponente. Ele era alto e largo. Sabe aqueles homens que parecem um guarda-roupa? Muito bonito, maxilar quadrado, sobrancelhas grossas, olhos expressivos. Um jeito de olhar que misturava charme e timidez. Mas uma postura muito segura. Eu já o havia visto por fotos, mas nunca por vídeo – sim meninas, naquela época o whatsapp não oferecia ligações nem por áudio – e aquele cara perfeito das fotos poderia se materializar num pesadelo, nunca se sabe.
Ele me viu. Deu um sorriso aliviado e malicioso. Ele veio até a mesa, tirou o casaco e o recostou na cadeira à minha frente e perguntou:
– Posso me sentar aqui? –indicando a cadeira ao meu lado.
– Prefiro te olhar de frente – e apontei a cadeira onde ele havia colocado o casaco.
Eu gosto de desconcertar homens muito confiantes para deixar bem claro quem é que manda. Ele sorriu meio sem graça e sentou-se onde eu mandei. O papo foi ótimo, mas ele tentava compensar sua ansiedade se vangloriando dos seus grandes feitos profissionais, o que me deixou um pouco entediada, já que me interesso muito mais pela essência das pessoas, suas histórias mais íntimas. Mas dei um crédito porque era nosso primeiro encontro, porque ele era lindo e porque eu estava prevendo como seria o pau dele – não pude evitar a expectativa de ver um pau proporcional àquelas costas largas, coxas grossas e mãos imensas. E por falar em mãos, que mãos enormes! Dois dedos juntos daquele homem eram equivalentes ao pau de um brasileiro médio. E eu só pensava em cair de boca nele e só parar quando ele gozasse na minha cara. Como seria o gosto da porra dele? Enfim, vou voltar à história porque ela ficou muito mais interessante quando nós saímos de lá.
Juntos dividimos uma porção de batatas e bebemos três latas de uma cerveja dinamarquesa com 10% de teor alcoólico e que posso dizer que me deixou altinha. E ele também ficou bem mais solto. Ele, que havia ido de taxi, sugeriu com gentileza que eu poderia lhe dar uma carona e depois subir até o apartamento dele para conhecer o Rubens, seu cachorro. Achei fofo o jeito dele me convidar pra foder e concordei. Mas pedi para darmos uma voltinha pelo meio das pessoas na Paulista pra aproveitar um pouco mais daquela noite quente de primavera.
Enquanto a gente caminhava, a bebida subiu e eu nem vi. Me lembro de caminhar na beirada da vitrine elevada da loja Marisa, na esquina da Rua Haddock Lobo, e de ter a saia longa de seda azul que eu usava, levantada por uma corrente de vento que lambeu minhas pernas. Me lembro de me sentir maravilhosa. E de rir muito.
Percebemos então, que seria muita irresponsabilidade dirigir até a casa dele naquele estado de bebedeira e decidimos tomar um taxi, mas antes voltaríamos ao meu carro para pegar minha necessaire de emergência, na qual guardo shampoo, condicionador e escova de dentes.
Uma quadra antes do Conjunto Nacional, parei em frente a um casarão abandonado, número 1919 da Av. Paulista, e fiquei olhando aquela construção tão ornamentada e decadente, pensando nas pessoas que haviam morado alí, nas festas, brigas, amores e tudo que aquelas paredes testemunharam.
– Vem, vamos embora! – ele me chama alguns passos à frente.
Eu permaneci em silêncio olhando para aquelas grades que isolavam o jardim.
– O que você está olhando aí? – ele se aproximou intrigado.
– Eu sempre quis entrar nesse lugar. – Mas o portão está trancado – ele apontou para uma corrente grossa com cadeado.
Eu fui até as grades de ferro forjado, segurei nelas com as duas mãos e subi no peitoril de alvenaria que lhes servia de base. Apoiei um pé sobre uma das barras que travavam as grades, e depois o outro pé, escalei aquele gradil e então pulei para dentro do terreno escuro, iluminado apenas pelas luzes da calçada.
– Você é louca?
– Para de ser medroso e vem logo.
– E se alguém chamar a polícia? – ele perguntou enquanto me seguia para dentro imitando meus movimentos.
Subi os 10 degraus que levam à porta da frente... que estava trancada. Desci correndo e fui contornar a casa para ver se havia alguma porta aberta nos fundos. Ele simplesmente corria atrás de mim, tentando me acompanhar.
Na lateral da casa, encontrei outra escada que, provavelmente dá acesso a uma entrada de serviço, e então, quando pisei o primeiro degrau de um lugar onde as luzes da rua quase não alcançam, se levantou uma cabeça em meio à escuridão. Era um cachorro enorme e, por trás dele surgiram mais dois.
Fiquei paralisada por um instante, até ouvir os passos do crush atrás de mim, que saiu correndo me deixando alí. Corri como se minha vida dependesse disso, e talvez dependesse mesmo. Mais à frente, pude ver o crush covarde pulando o gradil numa velocidade que só um cagão de um metro e noventa poderia conseguir, e me me dei conta que eu jamais conseguiria subir tão rápido aquelas grades, usando aquelas sandálias. Inevitavelmente, um pezinho ficaria pra trás para alimentar o “Cérbero”. Sem pensar, subi correndo a escada da frente da casa e quando cheguei alí, magicamente a porta dupla da entrada se abriu e, depois que eu passei, ela bateu tão forte que o barulho podia ser ouvido ecoando no porão, através das frestas do assoalho de madeira onde agora, eu estava ajoelhada.
Uma luz amarela flamejante rompia a penumbra na sala à esquerda, e uma voz grave interrompeu o som do meu coração batendo forte que eu podia ouvir dentro de mim.
– Vejo que conhecestes minhas crianças.
Naquele momento, eu não tinha fôlego pra responder, ainda que eu conseguisse pensar em alguma coisa, e eu não conseguia.
– Tanto empenho que tivestes para invadir a minha casa, para ficares agora, jogada ao chão? – por trás de uma poltrona, a qual estava de costas para a entrada e voltada para a lareira acesa, apareceu uma mão que acenou, chamando para que me aproximasse. Me levantei e caminhei devagar. Estranhamente, dentro da casa estava frio, e o fogo da lareira emanava um calor suave. Algo me intrigava na presença daquele homem, eu sentia um magnetismo difícil de explicar.
Contornei a poltrona em que ele estava e me sentei no sofá de capitonê de couro marrom naturalmente envelhecido que ficava ao lado. Quando olhei para aquele homem, fiquei estarrecida com aquela beleza. Ele tinha traços meio egípcios, meio marroquinos, uma pele morena que contrastava com os cabelos bastante grisalhos. A pele viçosa tinha poucas marcas de expressão, concentradas na testa, que passavam a impressão de uma preocupação constante.
Ele me encarou com aqueles olhos negros de cílios espessos, e permaneceu me olhando fixamente, me fazendo sentir como se conhecesse aquela tristeza no fundo dos seus olhos. Ele estava descalço e vestia um robe de seda azul petróleo que revelava discretamente os pelos do seu peito.
Eu senti um tesão inexplicável e, antes que eu pudesse reprimir meu impulso, já estava ajoelhada na frente dele tocando os seus pés. Ele tinha pés grandes, devia calçar 42 ou 43, e tinha os dedos muito alinhados. Suas canelas eram grossas e seus pelos eram macios como eu nunca havia sentido antes. Ele tinha um corpo muito masculino e ao mesmo tempo refinado. E como era cheiroso... sua pele exalava perfume de patchouli.
Massageei um pé de cada vez, apertei devagar cada dedo, depois pressionei levemente a planta dos seus pés, começando pelos calcanhares e terminando próximo aos dedos.
Comecei a subir minhas mãos pelas pernas dele e quando toquei suas coxas o robe se abriu e revelou aquele pau duro, grande e grosso. Nesse momento ele estava com tanto tesão que uma gotinha safada já estava saindo da cabeça do seu pau, e eu não pretendia desperdiçar nada.
Segurei o pau dele com vontade, mas com carinho, e lambi desde a base, perto das bolas, até chegar à cabeça. Coloquei a cabeça entre os meus lábios e comecei a descer bem devagarinho, chupando ele gostoso, sentindo o gosto daquele pau cheiroso.
De repente, ele se curvou na minha direção e colocou as mãos nas minhas costelas segurando firme e me levantando. Foi me direcionando com cuidado até me deitar no sofá, e me deu um beijo molhado e quente, me abraçou apertando seu corpo contra o meu. Com uma mão ao redor da minha cintura, com delicadeza ele tocava meus braços com a outra e apertava de leve meus ombros, me fazendo relaxar. Depois subia pelo meu pescoço até a minha nuca, afastando meus cabelos para me morder de leve e subir lambendo meu pescoço até a orelha.
Ele tocou meu peito, e sua mão grande o cobria quase por completo. Ele desceu lambendo meu pescoço e meu colo, chupou de levinho meus mamilos e depois desceu para a dobrinha dos meus seios chupando gostoso o que me deixou cada vez mais excitada. Desceu pelo centro da minha barriga, chupou meu umbigo e quando, finalmente, chegou à minha boceta ele soltou um gemido grave bem baixinho, quase um suspiro... e me chupou.
Ele parecia conhecer bem o meu corpo, porque não foi direto pro clitóris. Ele lambeu minha boceta toda, desde quase o meu cú até o grelo, e então se concentrou na entrada da vagina, como se sugasse o meu néctar e devolvesse o dele. Depois, quando eu já estava bastante molhada, ele foi de vagar pro grelinho, assoprou de leve e então o chupou, me deixando louca a ponto de quase gozar.
Ele tinha uma língua macia e molhada e sabia como usá-la. Primeiro para cima e para baixo, depois em círculos e então uma chupadinha, e sem pressa. Ele estava totalmente dedicado ao meu prazer.
Quando eu estava quase gozando, ele parou, me olhou nos olhos, e veio para cima de mim, encostando seu corpo ao lado do meu. Colocou um dedo na minha xoxota, enquanto me beijava. Massageou um pouco e colocou outro dedo, massageando mais, como se estivesse me preparando para receber aquele pau gostoso.
E então ele veio. Levantou minhas pernas, segurando por trás dos meus joelhos, me abrindo para colocar sua piroca dura dentro de mim. Ele foi muito gentil, foi colocando devagarinho, e depois tirava... colocava um pouco mais fundo, e então tirava de novo... e a essa altura eu só conseguia pedir mais.
Quando tentei colocar a mão no meu grelo, ele gentilmente segurou meu pulso sem força, me olhou nos olhos e colocou o pau todo dentro de mim. Senti uma sensação esquisita, mas muito gostosa, como se a gente se encaixasse por completo, como se, naquele momento, houvesse uma comunhão de energias cósmicas dentro da gente, uma explosão. E permanecemos encaixados quase imóveis, num movimento sincronizado de vai e vêm em que nossos corpos se moviam apenas alguns milímetros.
Mais uma vez eu estava prestes a ter um orgasmo, e este parecia que viria mais forte do que aquele que quase veio enquanto ele me chupava, mas ele parou de novo, me virou de lado e encaixou por trás aquele caralho besuntado na minha pepeca. Sentia o peito e a barriga dele, com aqueles pelos macios, roçando nas minhas costas. Esfregando minha bunda no seu colo enquanto ele me penetrava com energia. Eu sentia o pau dele roçando meu ponto G para frente e para trás, e a cada instante, eu ficava mais encharcada. De repente, de uma única vez, eu gozei como se aqueles dois orgasmos anteriores interrompidos se concentrassem num e eu pude sentir como se eu jorrasse luz, da minha boceta, da minha boca, dos meus olhos, das palmas das minhas mãos e das plantas dos meus pés. Ouvi quando ele urrou e senti o pau dele latejando dentro de mim. E relaxei completamente, muito rápido até que adormeci.
Acordei sentindo ele lamber o meu rosto, sem parar. Antes de abrir os olhos e ainda meio grogue, me lembro de pensar “que jeito estranho de acordar alguém”. Mas quando finalmente despertei, a primeira coisa que vi foram dois dobermanns me lambendo a cara e um terceiro olhando desconfiado por trás deles.
– Ô mocinha! Você não acha que já passou da idade de entrar no terreno dos outros não?
Quando vi, estava deitada no chão em frente à porta de entrada. Acho que, com medo de ser devorada por aqueles cachorros, desmaiei. Aquele senhor, que gentilmente me lembrou que minha adolescência havia ficado para trás, era o caseiro da propriedade que, como ele mesmo repetiu umas quarenta vezes, era privada. Diante da minha aparente confusão, ele se acalmou e me explicou que havia acordado com os gritos do crush cagão, o que também fez juntar um pequeno grupo de pessoas ao redor dele, que ficaram ali para ver o desfecho da história.
Eu me recompus e expliquei ao senhorzinho que “o meu lenço de estimação havia se desprendido do meu cabelo e foi levado pelo vento para dentro do terreno e, como imaginei que ele estava vazio, pulei as grades para encontrá-lo”. Me desculpei e o senhorzinho abriu o portão para que eu saísse, dizendo que se encontrasse meu lenço, o guardaria para que eu pegasse com ele num outro dia.
E foi assim que o melhor e mais intenso orgasmo da minha vida aconteceu em alguma realidade paralela, no momento em que desmaiei em frente à porta do casarão abandonado da Paulista.
Texto por: Isabel Loffá
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