Num sábado de janeiro, pleno verão em São Paulo, saí para um bar do centro com meus amigos. Era uma noite quente, todo mundo estava animado, suado, levemente bêbado e o bar ia fechar. Conseguimos negociar mais duas saideiras, mas e depois? Ninguém na turma cogitava a ideia de ir pra casa, queríamos curtir aquela noite até o último segundo. Foi aí que a Júlia, a maior inimiga do fim que eu conheço, falou pra gente ir pra uma festa eletrônica que ia rolar numa fábrica abandonada mais ou menos perto dali. Pareceu uma ideia perfeita, porque considerávamos que dormir, assistir filme ou ir pra casa de alguém não eram opções viáveis com aquele calor. Era a rua mesmo que a gente queria.
Já eram quase 3 horas da manhã quando chegamos na tal festa. Confesso que precisei de alguns aditivos para entrar no clima da música, mas isso foi só um detalhe para o que estava por vir no resto da noite. Tudo no ambiente da festa, que era enorme, estava incrível. As luzes, aquelas pessoas super diferentes umas das outras e o compasso da música que começou a bater junto com meu coração. Eu estava me sentindo independente, totalmente livre. Nem pensava em paquerar ninguém, ficar olhando pro lado pra flertar, só estava me curtindo mesmo e isso me bastava naquele momento. Acontece que chegou uma hora em que precisei ir ao banheiro e me separei da galera, mas avisei que voltava logo.
Na fila do banheiro, mesmo com vontade de fazer xixi, não conseguia parar de dançar. Chegou uma gata atrás de mim que também não conseguia. Sorrimos uma para a outra e começamos a nos balançar na mesma frequência. Como ainda faltavam duas ou três pessoas na nossa frente, começamos a dançar olho no olho, um pouco mais perto e a dança foi fluindo. Ela tinha o cabelo curtinho, quase raspado, usava uma calça pantacourt preta, um top que deixava parte de sua barriga de fora e coturnos. Fomos nos aproximando mais e, não sei como foi possível, tínhamos os mesmos passos e os mesmos ritmos, que faziam nossos corpos se encaixarem com nossos movimentos. Perna com perna, quadril com quadril, ombro com ombro. Quando alguém me cutucou para avisar que era minha vez de usar o banheiro, eu nem lembrava mais que queria fazer xixi. Só queria continuar aquele ritual com aquela gata vinda de outro planeta. Na verdade, quem devia parecer ser de outro planeta ali naquela festa era eu.
Fiz meu xixi e, quando saí, ela estava lá me esperando e me chamou para ir ao bar. Fomos, pegamos uma água e ficamos dançando em frente ao lounge. Seu nome era Ariel. E eu me apresentei, Carolina. Não tinha clima para muitas informações e bate papos longos ali naquele contexto, e a única coisa que podíamos fazer àquela altura era voltar para o meio da pista de dança. Foi o que fizemos. Quando recomeçamos a dançar, toda a conexão que estávamos tendo na fila do banheiro voltou imediatamente. Ficamos nos curtindo horrores ali, concentradas no ritmo uma da outra e às vezes nos tocávamos. Ela passava a mão pelo meu ombro e descia pelos meus braços, me rodando.
Depois passava a mão no meu cabelo, tentando enfiar os dedos por dentro deles, o que eu geralmente não gosto que as pessoas façam, mas estava achando um gesto sedutor, vindo dela. É provável que tenhamos dançado por umas três horas, porque o dia já estava clareando quando ela pegou minha mão, colocou atrás de seu pescoço, enlaçou minha cintura e começou a me beijar. Primeiro na bochecha, depois perto do ouvido, depois no pescoço e, por fim, quando eu já estava completamente entregue, ela me beijou na boca e correspondi com força. O beijo foi rolando junto com a dança enquanto o dia ocupava o lugar da noite e ela me chamou pra ir para a casa dela. Topei na hora e já estávamos saindo da pista rumo à rua, mas, antes, tive uma iluminação e lembrei de avisar meu grupo de amigos que continuava por lá que estava indo embora, para eles não ficarem preocupados.
No táxi, fomos nos acalmando da agitação da festa, ela segurou minha mão o trajeto todo até sua casa e conversamos mais ali do que durante toda a noite. Ariel me contou que era tradutora de livros numa editora e que tinha nascido numa cidade do interior do estado, que estudou letras e morou em vários países para aperfeiçoar o inglês. E eu contei que tinha me formado em dança, que morei a vida toda em São Paulo, nunca tinha me aventurado fora, e agora dava aulas de balé em um estúdio na Vila Madalena. Ela morava num apartamento próximo ao centro, todo arrumado com plantas, livros e um grande tapete bege cheio de almofadas redondas e coloridas. O apartamento era uma graça e tão aconchegante que, ao chegar, me joguei nas almofadas. Eu estava mesmo me sentindo muito à vontade na presença dela. Ela riu do meu jeito despachado e me ofereceu uma água, depois me levou para o quarto.
Já em seu quarto, deitamos juntas e começamos a nos beijar e tirar a roupa imediatamente. Ela me beijou no umbigo e começou a me chupar bem devagar, descendo a língua pela minha barriga e, depois, lambendo e sugando meu clitóris, o que já me deixou com muito tesão. Eu peguei a mão dela e ia levando seus dedos para dentro da minha buceta, mas ela levantou e cabeça e disse “agora não”. Ela pegou minhas coxas por baixo e as levantou acima da sua cabeça e começou a lamber toda a extensão da minha buceta, me deixando muito molhada & lubrificada & com muito calor. É obvio que eu poderia ser chupada daquele jeito por horas, mas estava curiosa com a metodologia da gata. E, sim, ela chegou no meu cu e me deu um beijo daqueles.
Quando eu estava prestes a pular em cima dela e propor de forma desesperada que a gente deitasse em 69 porque queria que gozássemos juntas nos chupando, ela disse de novo que ainda não. Levantou da cama, abriu seu armário e parece que um novo dia clareou, de tantos objetos que deu pra ver que ela tinha ali onde devia ter roupas penduradas. Havia uma coleção de strap on e dildos de cores, tamanhos e formatos variados. Ela perguntou se eu queria na frente ou atrás e, como eu estava derretendo de tão molhada, falei que os dois. Minha vontade era responder como a personagem de ninfomaníaca, para que ela preenchesse todos os meus buracos – o tesão faz a gente ficar cafona também. Então ela vestiu a calcinha, escolheu cuidadosamente o dildo que usaria e pegou mais uma coisa na gaveta que na hora eu não vi muito bem o que era.
Na cama, ela me virou de costas, me lambeu mais um pouco, me melecou de lubrificante e me puxou para que eu ficasse de quatro. Enquanto ela massageava meu cu com o dildo, espalhando melhor o gel, ela pegou a tal coisa que eu não vi o que era e encaixou entre minha vagina e meu clitóris e ligou. Era um vibrador em U e, juro, vi estrelas. Eu comecei a gemer na hora, porque além de estar super excitada, a vibração foi me deixando dormente e minha buceta queria gritar. Enquanto eu gemia sem parar, ela me penetrou por trás. Foi ainda mais gostoso e eu apertava minha mão contra parede enquanto ela metia. Não durei muito e gozei. Gozei muito forte. Desabei na cama com o coração disparado e o corpo latejando, tendo leves choquinhos de prazer. Contando agora fico até com vergonha porque gozei muito rápido. Mas a Ariel parece que não se incomodou, ela sorriu e me deu vários beijinhos no pescoço, o que me deixou ainda mais encantada por ela. Por isso que, mesmo me recuperando ainda, sentia meu corpo ficar todo arrepiado de novo.
Mas ela não tinha gozado ainda e eu queria que ela tivesse uma sensação tão boa quanto a que eu tinha acabado de sentir. Então eu comecei a chupá-la e colocar meus dedinhos nela, pegando ritmo aos poucos, sentindo aquele calor que vinha dela na minha boca. Ariel foi me indicando as velocidades, dando leves toques, às vezes, na minha cabeça e nas minhas mãos, me dizendo se eu devia acelerar e ou ir bem devagarzinho, e fui obedecendo-a até que ela inundou minha cara.
Depois disso, deitamos e dormimos, já que eram quase 10 horas da manhã de domingo e ainda estávamos viradas. Acordamos de novo lá pelas 15 horas, saímos para comer alguma coisa e ela me convidou para voltar para a casa dela para ver um filme. Eu topei, sabia que o filme seria só uma desculpa pra gente transar mais. E afinal, depois de ver que o armário dela tinha tantos apetrechos, eu estava doida pra saber o que mais ela usaria comigo...
Ligamos a TV para escolher um filme e o clima entre nós duas estava bem tranquilo, parecíamos um casal que se conhece há um bom tempo. Eu estava louca para perguntar sobre a coleção dela de dildos. Enquanto ela percorria com o controle a opção de filmes, eu criei coragem e perguntei discretamente sobre onde ela comprava e quando tinha começado. Ela então largou o controle remoto, pegou na minha mão e me convidou para ir até o quarto, que ela me mostraria.
Ela me contou que quando estava ainda descobrindo sua sexualidade, ficava um pouco confusa se gostava de meninas, de boys, dos dois... e que começou a pesquisar sobre sexo, como se satisfazer, porque queria entender, independente quem fosse tocá-la, como o corpo dela funcionava. E que, hoje, dildos de tamanhos e texturas diferentes era o que ela mais gostava. Ela colocou alguns deles em cima da cama e foi me mostrando um por um.
Eu estava fascinada pela Ariel. Ela falava com a voz doce e calma e agia com uma energia impressionante. Como eu estava meio besta com a coleção dela, ela disse que tinha uma ideia. Ela se levantou, apagou o abajur que iluminava o quarto e ligou a lâmpada central. Era uma luz negra. Em seguida ela ligou o computador e colocou uma playlist de músicas do mesmo estilo da festa em que nos conhecemos na última noite, me puxou pela mão e começamos a dançar. Enquanto dançávamos, ela tirou minha blusa e a dela, me abraçou e ficamos dançando com nossos peitos se encontrando e trocando muitos beijos. Enquanto nos beijávamos, eu gostava de passar as duas mãos pelo cabelo quase raspado dela. Ela alisava minha cintura, passava a mão na minha bunda e depois por debaixo da saia jeans que eu usava. A sensação de dançar com ela ali no quarto era diferente daquela que tive na festa, mas pelo fato de estarmos sem roupa e não ter ninguém em volta, tinha um clima sensual que foi me esquentando.
Enquanto dançávamos, ela terminou de tirar a minha roupa e a dela e vestiu a calcinha para encaixar o dildo. Ela escolheu um que era o que mais brilhava no escuro com a luz negra, era rosa flúor. Ela colocou sua mão na minha boca e depois me molhou com a minha própria saliva. Eu estava esperando alguma coisa bem diferentona da Ariel, mas ela me encostou numa poltrona que ficava ao lado da cama e começou a me comer. E mesmo parecendo bem simples, o jeito que a Ariel me envolvia me deixava muito, mas muito excitada e molhada. E eu gozei com ela me penetrando.
Confesso que só fui embora da casa dela na segunda pela manhã, mas ainda curiosa se um dia ia ter a chance de saber como ela usaria suas algemas comigo.
Texto por: Pérola
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