Eu sempre ouvi falar de pessoas que tem amores platônicos encontrados em transporte público, eu sempre achei engraçado porque nunca entendia o que isso significava, até que aconteceu comigo. Eu estava a caminho da faculdade, no metro lotado, junto com mais centenas de pessoas espremidas a caminho de suas casas, trabalho ou estudos. Eu normalmente ponho meus fones de ouvidos e os mantenho assim até chegar o meu destino, me sinto um pouco claustrofóbica, más nesse dia em particular eu abri os olhos, e em um emaranhado de braços a minha frente, eu encontrei ela, eu a chamava de Vênus, porque ela era tão perfeita como uma deusa. Aproveitei que ela estava ocupada lendo um livro para poder admira-la, ela parecia tão focada em seu livro que sequer notaria eu tentando memorizar cada traço de seu rosto. Quem consegue ler em um ambiente se movendo? Só de olhar a hora no meu celular eu já fico enjoada, que dirá ler um livro com toda essa tranquilidade e conversas acontecendo ao redor, ela realmente era uma deusa, só isso explicaria tamanhos poderes de concentração.
Em algum momento enquanto eu estava distraída com meus pensamentos e ela, ela parou de ler seu livro e olhou ao redor para saber onde estava e foi nesse momento que ela me pegou olhando ela, levei uns dois segundos até perceber que ela me encarava, na minha cabeça eu ainda estava planejando os móveis do nosso apartamento recém comprado, quando me dei conta arregalei os olhos assustada e tentei disfarçar, felizmente a minha estação havia acabado de ser anunciada. Desci do vagão completamente corada.
No dia seguinte, eu decidi pegar o mesmo vagão no mesmo horário, eu que sempre inovava na escolha dos vagões na esperança de encontrar um menos lotado, comecei a ter um favorito, e ela sempre estava lá. Com o passar dos dias evoluímos de olhares se encontrando ocasionalmente, para um sorriso quando isso acontecia, eu que antes morria de vergonha, agora esperava por esse momento, que era o meu favorito. Quem diria que agora o meu lugar favorito era um vagão lotado a caminho da faculdade, os dias que perdia o trem eu me sentia derrotada e nervosa. Como eu era boba, sonhando com uma garota que eu só via por no máximo 20 a 30min (ou até menos) a caminho da faculdade, ela devia ser hetero, só sorrindo pra uma outra pessoa por ser educada, enquanto o namorado dela deveria busca-la na estação que ela fosse descer.
Um dia eu decidi parar com essa obsessão ridícula e passei a usar outros vagões. Alguns dias se passaram, e enquanto eu estava perdida em meus pensamentos no vagão eu senti alguém me cutucar, quase enfartei quando vi.
- Vênus ? - Falei alto por conta do fone de ouvido.
Ela se assustou com o meu berro, junto com todos as pessoas ao redor e com um lindo sorriso e uma leve careta ela sinalizou que eu tirasse os fones, e assim o fiz, meu coração pulava.
- Oi sumida – ela dizia
- Oi.
- Mudou de vagão, foi ?
- Ah (risos). As vezes fica muito cheio né ?!
- Verdade.
- Quase não te reconheci sem o livro. – Que merda eu tava falando ?
- É, dessa vez é difícil, bem apertado.
O vagão se moveu bruscamente enquanto eu tentava me ajeitar e eu cai contra o corpo da minha Vênus, que perfume maravilhoso, não acredito que as mãos dela estavam me segurando. E eu voltava a me segurar na barra, mais vermelha que antes.
- Indo ou voltando ?
- Indo para a faculdade e você ? – eu perguntei.
- Voltando do serviço.
Um longo silêncio de dois segundos acontecia enquanto ainda nos encarávamos sorrindo. Não, tinha que ser um sonho, alguma pegadinha, alguém certamente sairia entre as pessoas e gritaria –HAAAA, PEGADINHA DO MALANDRO.
- A sua estação é a próxima né ?
- Nossa, meu Deus, como passou rápido, más foi bom te ver de novo. - falei
- Raquel.
- Hã ?
- Meu nome é Raquel.
- Ah, Jéssica. Prazer.
- Prazer.
- Você tem insta ? – Cala bocaaa, meu Deus, ela vai ter CERTEZA que sou estranha.
- Claro, me passa o seu ?! – Ela já tirava o celular do bolso e esperava pela minha resposta.
Eu estava em choque, tudo era muito surreal.
- Ah, te achei. Nossa, como você tá linda nessa foto. Iii, sua estação.
- Ah... é.. A gente vai se falando então Quel. – Meu Deus, me leva, agora eu fingia ser a íntima.
- Mal posso esperar Jéh.
E a porta fechava entre nós acenando uma para a outra. Tive que sentar no primeiro banco que achei após perder vista do trem, e enquanto suspirava pegando o celular pra aceitar o convite dela, ela já me mandava um emoji piscando com um coraçãozinho. Eu me senti ganhando na loteria aquele dia.
*
Os dias passaram e as coisas progrediram rápido. Descobrimos que estamos solteiras, fuçando a vida dela pelas mídias sociais, encontrei muitos indícios de que ela seja lésbica ou bi, e nossas mensagens coincidentemente vinham 15 minutos antes de irmos ao metrô, só para termos certeza de que nos encontraríamos, não era oficial, más as coisas caminhavam como se fossemos um casal embora sequer houvesse tido um beijo ainda, más isso estava prestes a mudar. Era sexta feira e estávamos no nosso clássico vagão, conversávamos sobre besteiras, más podia se notar que antes eu me sentia entediada no trajeto até a facul, agora eu ria, até me vestia melhor pra aquela parte do dia em especial.
- Opa, minha estação é a próxima. – Raquel me passava a minha mochila, que ela insistia em segurar para mim. - Obrigada.
- Sabe, queria te convidar para ir na minha casa, gostaria que você me dissesse se tenho habilidades na cozinha.
- Eu adoraria, me passa o endereço e o horário e estarei lá.
- Sério ? - Ela se empolgava.
- Claro, não recuso comida. – Eu sorria
- Bom chegou minha estação, te vejo amanhã.
- Até, boa aula. – Raquel se inclinou para me dar um beijo no rosto e na pressa para me despedir acabamos dando um selinho sem querer.
Ambas rimos espantadas, más meu coração disparava e ao caminho da estação pra facul eu acariciava e lambia meus lábios tentando manter o gosto dos seus lábios nos meus. E aquele dia antes de dormir eu recebi uma mensagem que dizia. “- Aquele selinho foi a melhor parte do meu dia, ansiosa para te ver amanhã. Boa noite e durma bem.” E eu respondi: “- Foi o mesmo comigo, quem sabe não venham outros amanhã ?”
Pronto, agora era mais que claro e óbvio que estávamos interessadas uma na outra, nossas investidas estavam sem nenhum receio ou barreira, esse encontro certamente seria interessante.
*
O dia seguinte foi maravilhoso, ela me buscou na estação e ela estava linda, totalmente diferente do que costumava ve-la, sem sua roupa social para trabalho, más de calça moletom, camiseta e cabelo molhado, cheirosa... que mulher. O seu apartamento era pequeno más muito iluminado e bem organizado. Ela fez uma lasanha maravilhosa e bebíamos o vinho que eu trouxe, vinho esse que facilitou muito nossos flertes. Eu sei que ela estava tímida, más eu estava muito segura do que queria e sentia, portanto eu avançaria o sinal hoje
- Eu estou tão feliz que você está aqui hoje. - Ela dizia segurando a minha mão e a beijando.
- Eu também. – Eu sorria. – Onde é o banheiro ?
Raquel me indicava o caminho com o dedo. Me levantei, peguei minha bolsa em cima do sofá que estava no caminho e me tranquei no banheiro. E lá troquei de roupa, coloquei uma camisola transparente vermelha e soltei meu cabelo do rabo de cavalo, me olhei no espelho respirando fundo, quase não acreditando no que faria, até parece que eu era tão confiante assim, más hoje eu seria... ah se seria. Sai do banheiro e Raquel estava agora sentada de frente pra tv ainda segurando sua taça de vinho, seus olhos encontraram o meu no momento em que ela ia tomar um gole, e ela me encarava de boca aberta com a taça ainda virando, quando ela derramou o vinho em suas calças ela saiu do seu transe. Eu ri, aparentemente meu truque funcionou.
- Jéssica, meu Deus. - Ela me encarava. - Vo.. você está linda.
- Você sujou sua calça, melhor tirar ela para lavar.
- Você tem toda a razão. – Ela sorria de uma maneira bem safada e fofa.
Eu ainda estava de pé a encarando no canto da sala, e depois que ela rapidamente chutou suas calças para o chão e tirou sua camiseta por cima dos ombros, eu encarava o corpo de Raquel, como era lindo, como eu sonhava com aquele corpo desde que a vi pela primeira vez. Ao terminar de se depir ela voltou a se sentar no sofá e bateu ao seu lado como um convite. O trajeto até ela era curto, más eu fiz questão de fingir que era uma passarela e eu desfilava até ela, e quando cheguei até ela, sentei em seu colo, de frente a ela. E nos encarávamos, admirando cada detalhe dos nossos corpos.
- Sonhei com esse momento desde que te peguei me encarando no vagão, más isso é melhor do que imaginei. - Raquel dizia.
A beijei, e dessa vez nossos lábios se encontravam por mais tempo que um selinho acidental, assim que nossos lábios se encontraram, eles se encaixaram, e uma vez encaixados, nossas línguas se encontraram. E agora nos beijávamos com desejo, finalmente conhecíamos o gosto uma da outra, e era viciante, não queríamos interromper nem para respirar.
Raquel era gentil, ela me segurava pela cintura com uma mão e segurava o meu rosto com a outra, seu dedão acariciava a minha pele. Guiei as mãos de Raquel para os meus seios e ela os apalpava enquanto ainda nos beijávamos. Quando interrompi nosso beijo para corrigir minha postura a minha Vênus encarou meus seios e começou a puxar as alças da minha camisola para baixo, fazendo com que ela caísse e deixassem meus seios expostos e livres, livres para serem mamados por ela. Quando sua língua tocou minha auréola, eu gemi alto e joguei meu corpo para trás, e ela me segurava. Lá embaixo minha buceta já gritava por atenção, meu clitóris pulsava, latejava, eu tentava me roçar em algo, e eu me roçava contra a minha amada.
Minha boca estava seca de novo, eu precisava chupar algo, e agora eu precisava do néctar dela, me desfiz dos lábios de Raquel, que ainda encarava meus seios, mesmo eu me afastando de sua boca. Aproveitei que agora estava de pé em frente a ela e me desfiz da minha calcinha e camisola. Eu me abaixava entre as pernas de Raquel e ela já previa o que eu faria, ela se posicionava melhor no sofá. Eu mal acreditava que meus lábios estavam prestes a tocar os grandes lábios da minha musa, seu sexo já estava quente, e eu estava tão próxima de sua buceta que podia sentir o cheiro delicioso e convidativo dela, ela certamente estava cheia de tesão e molhada por mim. Eu afundava meu rosto contra a vulva de Raquel e ela gemia alto, minha língua percorria cada cantinho e dobrinha dela. Eu provava do suco da minha amada, e os seus gemidos eram como música para os meus ouvidos.
- Isso Jéh, que gostoso. - Raquel dizia.
Raquel segurava os meus cabelos e me pressionava gentilmente contra a sua vulva, e ela me conduzia ao seu prazer, da mesma forma que ela rebolava em meu rosto, eu já estava coberta pela minha própria saliva e seus sucos vaginais quando Raquel se inclinou pra mim, e trouxe meu rosto ao encontro do seu para me beijar.
- Eu também quero. – Minha Vênus sussurrava.
Raquel me conduzia e me posicionava onde ela estava, enquanto agora era ela que estava entre as minhas pernas, mantínhamos contato visual enquanto eu a via descer até a minha vulva, eu já sentia a sua respiração entre as minhas pernas e isso me dava mais tesão, eu estava corada, rendida, e ela ainda me olhava fixamente enquanto parte de seu rosto se afundava contra a minha buceta já inchada e sensível. Quando sua língua tocou meu clitóris eu gemi alto, fechei meus olhos e levei minhas mãos á minha cabeça, eu me retorcia, este certamente era o momento que Raquel estava esperando quando mantinha seus olhos fixos em mim enquanto ia me chupar. E ela me chupava bem gostoso, porém rapidamente ela intercalou sua língua com os dedos, ela estava me levando a loucura friccionando meu clitóris com seus dedos e dando leves tapinhas na minha buceta, enquanto sua língua penetrava a entrada da minha vagina. Eu gritava de prazer, eu agarrava meus seios, eu retorcia meus dedos dos pés, eu tentava me agarrar ao sofá, todo meu corpo estava sensível, tudo me estimulava, eu explodiria de tesão.
- Vênus, assim eu vou gozar.
- Então gozaremos juntas. - Raquel dizia vindo para o sofá.
Raquel se deitou ao sofá em posição contrária a minha, más nossas pernas se cruzavam em tesourinha, nós agarramos as mãos uma da outra e começamos a rebolar contra nossas bucetas. E rebolávamos, e nos roçavamos, cada vez mais intensamente, nossos gemidos aumentavam, nós apertávamos nossas mãos com força, o apertar de nossas mãos e a intensidade dos nossos gemidos anunciavam o nosso orgasmo, e isso por si só já era muito excitante. Meu corpo estava vibrando, eu sentia minha buceta inchar, uma eletricidade percorria pelo meu corpo e eu escutava Raquel gemer mais alto e ...
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH.
- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH.
Gozamos, e gozamos bem gostoso. Mantivemos nossas bucetas coladinhas e cobertas pelo néctar uma da outra até que consegui recuperar meu fôlego e energia para me mover para o lado dela e me deitar sobre seus seios, e ela brincava com os meus cabelos.
- Quem é Vênus ? – Raquel me perguntava.
- Que ? – Eu me surpreendia
- Você me chamou de Vênus em duas ocasiões, uma no metrô, e agora enquanto fazíamos amor.
Eu ria constrangida
- Quando eu via você no vagão e não sabia do seu nome, por muito tempo eu te chamava de Vênus na minha cabeça, é a deusa do amor dos romanos.
- Awwww, que fofa que você é. Você então agora é a minha Afrodite.
Rimos e nos beijávamos, e nossa história de amor ainda continua, e eu venero essa mulher cada vez mais, como minha própria deusa do amor.
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